Messi e Manchester City: os atalhos e os empecilhos
Mesmo cauteloso, clube tem diante de si a oportunidade que espera há pelo menos quatro anos.
Quatro anos atrás, em uma conversa com setoristas do Manchester City, o dono do clube Khaldoon Al Mubarak compartilhou uma convicção: se um dia Messi decidisse sair do Barcelona, o Etihad Stadium seria o próximo palco do argentino. O inimaginável dia chegou – como informou o Esporte Interativo, Messi comunicou ao Barcelona a decisão de encerrar a relação de 20 anos e está determinado em atuar pelos Cityzens.
Aqui, vamos destrinchar pontos fundamentais para a confecção do que seria a maior contratação da história do futebol inglês.
PEP GUARDIOLA: TRUNFO E DÚVIDA
A certeza de Mubarak sempre se baseou na figura de Pep Guardiola. Para o bilionário dono do Manchester City, a simples presença do treinador no clube já seria o suficiente para atrair Messi. Como revelado nesta terça-feira pelo site The Athletic, o argentino vem conversando com Guardiola e, de acordo com informações do repórter Marcelo Bechler, do Esporte Interativo, Messi está seduzido pela forma de jogar da equipe inglesa, com futebol ofensivo e de posse de bola, assim como nos bons tempos de Barcelona.
A grande interrogação, no entanto, está no futuro do treinador. Na próxima temporada, Pep entra no último ano do atual contrato com os Cityzens e ainda não há indícios de que uma renovação esteja próxima. “Pep e eu estamos alinhados no que é melhor para o sucesso do clube. Acredito que teremos uma conversa tranquila e tudo irá se desenrolar da melhor maneira para ele, para mim e para o Manchester City”, despistou Mubarak no início desta semana.
Caso de fato Messi consiga a rescisão com o Barcelona, a aproximação com o clube inglês ganha interrogações justamente pela ausência de um plano a longo prazo ao lado de Guardiola e também de Sergio Agüero, amigo pessoal de Lionel e que também tem contrato apenas até o fim da próxima temporada.
EQUILÍBRIO FINANCEIRO EM RISCO
Apesar de soar pouco razoável para um dos clubes mais ricos do mundo, a engenharia financeira necessária para a contratação de Messi é um grande sinal amarelo no Manchester City. Mesmo que o argentino consiga a rescisão com o Barcelona e o clube inglês esteja livre de pagar a multa de 700 milhões de euros, o salário do atacante de 33 anos é simplesmente o maior da história do futebol.
Especula-se que Messi ganhe por ano no Barcelona cerca de 50 milhões de euros. O maior salário do Manchester City é o de Kevin de Bruyne, que recebe na casa dos 20 milhões – menos da metade dos vencimentos do argentino. Em janeiro do ano passado, Guardiola valorizou a harmonia salarial no vestiário dos Cityzens. “Quando não há esse equilíbrio, sempre haverá um problema no elenco”, alertou o treinador.
CLUBE ABERTO A POSSIBILIDADES
Nesta semana, Mubarak foi questionado sobre o perfil de contratações do Manchester City. Não havia na pergunta qualquer referência a Messi, mas a resposta também pode ser observada dentro do novo contexto. "Gostamos de jogadores entre 20 e 25 anos. Mas eu nunca gosto de limitar as opções, porque às vezes surgem oportunidades que agradam o treinador, encaixam no elenco e não estariam no perfil inicial”, disse o mandatário.
A oportunidade que o clube sonha há pelo menos quatro anos chegou. Há diversos empecilhos, mas é possível imaginar renovações com Guardiola e Aguero e manobras que sacrifiquem o equilíbrio financeiro do vestiário em nome de um dos maiores jogadores da história do futebol.
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